«Sacrifiquei-me para poder estar aqui, para viver este Mundial»

À frente do Hóquei colombiano desde 2015, André Torres aponta um fim de ciclo. Com a pandemia a condicionar a preparação e o apoio financeiro, o treinador português abdicou de muito para poder estar presente neste Mundial. Mas valeu a pena.

«Sacrifiquei-me para poder estar aqui, para viver este Mundial»

Foi uma aventura que começou em 2015. O objectivo era chegar a 2021 com a melhor selecção colombiana de todos os tempos, mas a pandemia "tramou" André Torres.

O Mundial foi adiado para 2022 e a federação colombiana sofreu com a crise decorrente da pandemia. André Torres queria muito estar em San Juan e aceitou o desafio, mesmo com as selecções desfalcadas. Os atletas tiveram de suportar as custas e nem todos desejavam tanto estar presentes como André Torres.

Lamentando a falta de preparação, André está em San Juan com uma equipa técnica de apenas mais três pessoas (dois adjuntos e um delegado)... para três selecções. Mas a envolvência única faz com valha a pena.

Nos Sub-19, a Colômbia terminou em 8º lugar. Na primeira fase, venceu Estados Unidos (2-14) e Inglaterra (3-5), perdendo com as potências ibéricas, Espanha (1-7) e Portugal (0-9). Na fase final, uma derrota por 2-4 com o Chile relegou a Colômbia para a disputa do 7º lugar com Inglaterra, mas, desta feita, a selecção de Carlos Amaral levou a melhor e venceu por 3-5.

No Mundial Feminino, derrotas com Alemanha (2-6), Itália (6-1) e Argentina (1-7) "obrigaram" a defrontar a campeã do Mundo, Espanha, nos quartos-de-final, redundando o duelo numa natural derrota.

Os "portugueses" David Castaño (Juventude Pacense) e Andrés Castaño (Juventude de Viana) foram ausências notadas na selecção colombiana.

No Mundial Masculino, no Campeonato Intercontinental, vitórias frente a Israel (9-2), Suíça (4-5) e Brasil (4-7) catapultaram a Colômbia para um play-off de acesso aos quartos-de-final do Campeonato do Mundo, mas o Chile seria mais forte esta quinta-feira e venceria por 1-5, "roubando" a André Torres o sonho de jogar no Aldo Cantoni frente à Argentina.

De "regresso" ao Campeonato Intercontinental, a Colômbia defronta esta sexta-feira a Austrália, seguindo-se Áustria ou Suíça, na expectativa de estar na final de dia 13.

A viagem antes de San Juan

André Torres pegou na selecção colombiana masculina em 2015, liderando-a a um 13º lugar entre 16 equipas, mas com boas prestações. Na China, em 2017, a Colômbia terminou em sexto. Começou na Taça FIRS, uma espécie de segunda divisão, mas, vencendo o seu grupo, garantiu um lugar nos quartos-de-final da competição principal. Perderia com a futura campeã mundial, Espanha, mas venceria o Chile, indo disputar o quinto lugar. Perdê-lo-ia para Angola, mas o brilharete estava conquistado.

Em 2019, em Barcelona, somaria três derrotas frente a Portugal, Chile e Argentina. Ainda resistiu no play-off, vencendo a Suíça, mas seria derrotada pela Espanha nos quartos-de-final. Depois, nova derrota com o Chile ditaria o 8º lugar e a "descida" ao Campeonato Intercontinental.

AMGRoller Compozito

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