Espanha vence Europeu de Sub-23

A Espanha é a primeira campeã europeia de Sub-23, depois de vencer Portugal por 1-2. Faltou engenho aos portugueses para conseguir mais golos perante uns espanhóis que mostraram mais maturidade táctica. A Itália fecha o pódio, com o bronze.

Espanha vence Europeu de Sub-23

A Espanha venceu o Campeonato da Europa de Sub-23, somando por vitórias todos os quatro jogos realizados. No derradeiro, naquele que definia o campeão, venceu o anfitrião Portugal por 1-2.

Perante um pavilhão esgotado a que faltaram "personalidades" para preencher a zona central da bancada no apito inicial do jogo (seria depois preenchida por "populares"), a Espanha entrou a assumir o jogo.

Sem ser considerado o critério de diferença global de golos, que era favorável a Portugal, só a vitória interessava às duas equipas e o grupo orientado por Sergi Macià controlou os primeiros minutos numa abordagem ao jogo com tranquilidade, ao passo que os portugueses se precipitavam em ataques rápidos. No culminar de primeiros seis minutos e meio de domínio, a Espanha chegaria ao golo por "Uri" Llenas, um dos cinco jogadores do Igualada chamados a esta competição.

Llenas inaugurou o marcador, no culminar de uma entrada muito personalizada da selecção espanhola.
Llenas inaugurou o marcador, no culminar de uma entrada muito personalizada da selecção espanhola.

Portugal procurou reagir, mas sentiu sempre muitas dificuldades em ultrapassar a bem organizada equipa espanhola. No que sobrava, Guillem Torrens mostrava segurança entre os postes. Faltavam soluções, sobravam reparos à actuação de Claudio Ferraro e de Louis Hyde, os árbitros chamados a esta decisiva partida.

A sete minutos do intervalo, a selecção portuguesa reclamou um azul que o árbitro inglês decidira não mostrar, mas, depois de muita indignação lusa, Ferraro indicaria ao seu colega para agir disciplinarmente. A indicação só pecaria, talvez, pela demora.

No correspondente livre directo, Lucas Honório não conseguiu bater Torrens, mas, em superioridade numérica, Diogo Abreu lograria a igualdade, finalizando com uma "picadinha" de belo efeito.

Diogo Abreu igualou, na superioridade numérica, depois de Portugal desperdiçar a primeira de três bolas paradas.
Diogo Abreu igualou, na superioridade numérica, depois de Portugal desperdiçar a primeira de três bolas paradas.

A selecção portuguesa fechou a primeira parte a tentar desequilibrar com o seu valor individual, com particularmente Lucas Honório e Zé Miranda a tentarem improvisar soluções que o conjunto não encontrava, mas sem resultados. E a etapa complementar começava com tudo em aberto.

Com o empate no marcador, os espanhóis voltavam a mostrar alguma predisposição para o ataque e o "atrevimento" ia custando caro, quando, aos cinco minutos, Tiago Sanches recuperou a bola e saiu em contra-ataque para ganhar um livre directo. Diogo Abreu, com Oriol Codony - a entrar para a bola parada - pela frente, atirou ao poste.

Portugal perdia uma segunda oportunidade de bola parada na partida e, dois minutos volvidos, ver-se-ia novamente em desvantagem. Aleix Marimón rematou forte e Martí Gabarró desviou na área para o 1-2, sem que Xano Edo nada pudesse fazer para evitar o golo.

Martí Gabarró desviou remate de Aleix Marimón para um 1-2 que, a 18 minutos do fim, já não sofreria alterações.
Martí Gabarró desviou remate de Aleix Marimón para um 1-2 que, a 18 minutos do fim, já não sofreria alterações.

Apenas um minuto depois, Gabarró teria novo duelo, agora mais "justo" com o capitão da selecção portuguesa, seu companheiro no Calafell nas duas últimas temporadas. No livre directo da 10ª falta portuguesa, o atacante espanhol, dos quadros do Barcelona (cedido ao Noia), não conseguiria voltar a bater Xano.

O capitão mantinha a sua selecção no jogo e, com mais um minuto decorrido, Zé Miranda era chamado a cobrar o livre directo correspondente à 10ª falta espanhola. À terceira, não seria de vez, com Torrens a evitar o golo.

Já com três ocasiões de bola parada perdidas, Portugal tinha de continuar em busca do empate. A 12 minutos do fim, entrou Bernardo Ramalho como última aposta de Renato Garrido, mas mantinham-se as dificuldades colectivas para desequilibrar a "teia" adversária.

A nove minutos do final, pediu-se azul para Eloi Cervera, num lance com Jotta. Louis Hyde acedeu ao azul ao jovem catalão, mas, salomonicamente mostrou também ao português, gorando-se um possível livre directo ou superioridade numérica. Cervera foi uma das figuras deste Campeonato da Europa e, apesar dos seus "tenros" 17 anos, voltaria à pista depois de cumprido o castigo para os quentes minutos finais.

Do lado português, depois do duplo azul, a aposta passava a ser na meia distância, mas a "parede" espanhola impedia sucessivamente a bola de sequer chegar à área para um eventual desvio. O passar do tempo jogava contra Portugal, que ia mostrando cada vez mais coração e cada vez menos esclarecimento.

Já no último minuto, Garrido abdicou de utilizar um quinto jogador de pista como recurso para tentar a igualdade, e Portugal "perdia-se" na reclamação de um possível azul a Guillem Torrens. A Espanha segurou - o ataque contrário e os nervos - e com o tempo a escoar, o capitão Roc Pujadas, jogador do Porto, saiu com a bola para o ataque.

O título estava garantido, mas uma entrada dura de Diogo Abreu sobre Roc levaria ainda Cervera para a marca de livre directo. Faltava menos de um segundo e, apesar do jovem, também do Igualada, desperdiçar, começava a festa espanhola.

Após o apito final, Didac Alonso, coroado MVP deste último jogo, libertou-se da compostura que pautou o seu jogo e, com um eufórico grito, fez transbordar o "copo" da frustração lusa, para um epílogo que este Europeu não merecia.

Festa espanhola em Paredes
Festa espanhola em Paredes

A Espanha junta o título europeu de Sub-23 aos de Sub-17, Seniores Femininos e Seniores Masculinos, "escapando-lhe" a nível continental apenas o título de Sub-19, conquistado em 2021 por Portugal [às ordens de Vasco Vaz e com Bernardo Ramalho, Jotta, Lucas Honório, Tiago Sanches e Zé Miranda], neste mesmo Pavilhão Multiusos de Paredes.

Na classificação final deste Europeu, Portugal é vice-campeão, a Itália ficou com o bronze, tendo vencido a Inglaterra por 2-5 no derradeiro jogo, a Suíça terminou em 4º e os ingleses em 5º.

Jogos

Itália 4-1 Suíça • 4.Abr

Portugal 15-1 Inglaterra • 4.Abr

• Inglaterra 2-3 Suíça • 5.Abr

Espanha 6-1 Itália • 5.Abr

• Suíça 3-5 Espanha • 6.Abr

• Itália 0-7 Portugal • 6.Abr

• Suíça 1-7 Portugal • 7.Abr

Espanha 12-1 Inglaterra • 7.Abr

• Inglaterra 2-5 Itália • 8.Abr

• Portugal 1-2 Espanha • 8.Abr

Classificação

= 1º Espanha (12), 2º Portugal (9), 3º Itália (6), 4º Suíça (3), 5º Inglaterra (0),

AMGRoller

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia
O epílogo que o Europeu não merecia, que nenhum jogo merece

O epílogo que o Europeu não merecia, que nenhum jogo merece

O primeiro Europeu de Sub-23 terminou num Multiusos de Paredes engalanado e tão repleto que não deveria haver espaço para episódios de lamentar, cuja frustração da derrota ou a indignação com a arbitragem nunca podem justificar.

Pedro Alves dos Santos